Consumering

Se o marketing adapta um negocio ao mercado o que que fazem as empresas que se adaptam ao consumidor? Fazem Consumering. Um blog de artigos sobre como transformar uma empresa comercial num negocio de produtos preferidos pelos consumidores. www.consumering.pt

26/07/2007

M.Port.23) “Quem diz a marca, diz porque a compra”

(Marca Portugal – Capítulo 23de32)

As frequentes danças de cadeiras nas governações levam muitas vezes os recém empossados responsáveis a sucumbir à tentação de querer mostrar trabalho o mais depressa possível. É uma tendência natural, humana até, pelo que não fica cingida aos sectores públicos, sendo também visível em muitas empresas. À nomeação de um novo responsável, demasiadas vezes se segue uma desnecessária reinvenção instantânea, em que o que antes era, será rapidamente posto em causa, para abrir caminho ao sangue novo. Ou assim nos querem fazer crer. Nesta tentativa de marcar uma entrada em grande, os novos que chegam tratam de se dedicar à mudança de algo que tenha muita visibilidade, mas cuja alteração seja relativamente simples de implementar. Na gestão das marcas, a maior vítima das mudanças de governo, costuma ser a assinatura.
Pelo pouco trabalho que dá e pela relativamente grande exposição que tem, mudar uma assinatura é uma acção fácil. Dá de certeza muito menos trabalho do que endireitar as finanças ou aumentar as vendas e ainda por cima tem o bónus de ser uma façanha que se pode mostrar em tantas peças publicitárias quantas o orçamento puder comprar. Para a Marca Portugal, este defeito de julgamento que é pressa de se mostrar, tem resultado num desfilar de consecutivas e algumas inesperadas, tentativas de criação de novas assinaturas. Desde os mais longínquos “faça uma pausa do resto do mundo” ou “warm by nature”, até ao episódico “estádio da Europa”; chegando nos últimos tempos, aos “viver ao segundo” e “think west”, sem esquecer o inenarrável “go deeper”.

(saber mais em "vende-se Portugal")

19/07/2007

M.Port.22) “Chamar os produtos pelos nomes”

(Marca Portugal – Capítulo 22de32)

Não é demais repetir a história, porque esta atinge níveis de verdadeiro surrealismo. Algures pelo ano de 2004, a Associação para o Desenvolvimento do Turismo da Região Centro (ADTRC), ousou criar uma marca para promover o turismo na região. Confrontados com 5 milhões de euros para gastar, a oportunidade mediática do Euro2004 e uma grande diversidade de produto a promover (“das praias à montanha, do património à fé, das gentes à gastronomia”, dizem-nos), os senhores da ADTRC decidiram criar um novo nome para a sua região. Um nome que (nas suas próprias palavras) faria uma “tentativa de trilhar um caminho de identidade e concertação regional”. O novo nome escolhido, confundido com uma marca, foi o tão pomposo Lusitanea, com erro ortográfico e tudo.

(saber mais em "vende-se Portugal")

17/07/2007

FACTO - Portugal é o País onde os ingleses mais gostariam de se reformar

Turismo: Há 4 milhões de europeus com casa fora do seu país - Algarve aposta no turismo residencial

Lisboa, Portugal 16/07/2007 19:57 (LUSA)
Faro, 16 Jul (Lusa) - Há cerca de quatro milhões de europeus com uma propriedade de alojamento fora do seu País, prevendo-se que o sector do turismo residencial cresça cerca de 8 por cento ao ano, revela um estudo apresentado hoje em Albufeira.

Falando numa conferência sobre o turismo residencial, "Um desafio e uma oportunidade para os agentes económicos algarvios", o presidente da Região de Turismo do Algarve, António Pina, lembrou que quando se começaram a instalar os equipamentos de golfe no Algarve, "os hoteleiros tiveram uma reacção fria, provou-se mais tarde que as duas ofertas se complementam, quando surgiu o turismo residencial aconteceu o mesmo, hoje estamos convencidos que todas estas ofertas variadas constituem a riqueza do Algarve".

O conceito de turismo residencial integra empreendimentos, infra-estruturas e serviços de apoio, serviços de entretenimento e lazer motivadores da fixação de residentes e incentivadores da permanência de estrangeiros em Portugal.

Actualmente todos os estudos apontam para que este sector do turismo vá crescer nos próximos anos.

Artur Alves Pereira, do departamento de estudos do grupo Espírito Santo, revelou que desde 2000 "um milhão de europeus adquiriram propriedades fora dos países de origem, os britânicos e alemães representaram 60% e 30% do total, respectivamente".

A Dean & Associates revela, num inquérito a turistas britânicos, que Portugal é o país com maior capacidade de retenção de turistas ingleses (37%) quando questionados em que país gostariam de ser reformar depois de o terem visitado.

Depois de Portugal está Espanha (33%), França (29%) e Itália (26%).

Os factores de atracção dos turistas para fixação no Algarve prendem-se com a "estabilidade social e política, a curta distância dos mercados europeus, o clima ameno e as infra-estruturas de excelência, população afável e serviços de qualidade", disse à Lusa João Freixa, o administrador do Espírito Santo, grupo que organizou a conferência e pretende apostar forte neste sector do turismo.

Associado a este mercado em crescimento está o natural envelhecimento da população europeia: Entre 1992 e 2001 o segmento dos turistas entre os 40 e os 59 anos, que é o que gasta mais em férias, aumento 8%, passando a representar, actualmente, 38 por cento do total dos turistas europeus", explicou Artur Alves Pereira do Espírito Santo Research.

O Algarve, que atrai os mercados alemão e britânico beneficia com o facto de serem estes dois países dos principais emissores de turistas do mundo (em 2006 os alemães gastaram em turismo 74,8 mil milhões de euros, os britânicos gastaram 62 mil milhões).

Actualmente existirão perto de 80 mil estrangeiros a residir no Algarve, apesar de os números oficiais apontarem para valores muito inferiores.


Uma bela dica do: Pitigrili de Luanda.

11/07/2007

M.Port.21) “Como prometer sem letras”

(Marca Portugal – Capítulo 21de32)

Com o objectivo confesso de criar uma marca que (citando) “sirva de chapéu” às diversas iniciativas de promoção no estrangeiro, foi em 2005, anunciada criação de um comité de 300 peritos para “definir o que deverá ser a imagem de Portugal no estrangeiro”. Pretendem “reposicionar a imagem de Portugal no exterior” de modo que Portugal tenha uma imagem única (ainda por definir), mas cujo símbolo será o “Afogadinho”, criado nos anos 90 pelo artista plástico José Guimarães e no qual “já foram investidos 200 milhões de euros”.
Lida com atenção, esta admissão de culpa do ICEP será suficiente para deixar de cabelos em pé qualquer indivíduo preparado para gerir uma marca. Não só ainda não se chegou a nenhuma conclusão sobre qual deve a imagem de Portugal no estrangeiro, como se vai averiguar dessa resposta junto de um comité de 300 especialistas (os suficientes para não chegar a lado nenhum) e pior, mesmo sem mensagem, já se definiu um logotipo, porque já sorveu 200 milhões de euros.

(saber mais em "vende-se Portugal")

01/07/2007

M.Port.20 - “Mais vale uma região desmarcada”

(Marca Portugal - Capítulo 20de32)


A má gestão de marcas detecta-se mais facilmente sempre que se assiste a um qualquer presidente (sejam da junta, da câmara ou de um simples Instituto) a elogiar-se orgulhoso da transformação do seu pequeno domínio burocrático numa marca. Em linguagem de gente comum, sempre que um qualquer presidente de instituto anuncia que a sua organização/colectividade/chafarica “criou uma marca”, isto costuma significar que o caldo está entornado e os custos administrativos vão subir, sem se produzir com a nova despesa qualquer tipo de efeito, quanto mais seja esse efeito o de gerar de receitas.
O momento ideal para assistir ao presidente da região de turismo anunciar que o seu âmbito “passou a ser uma marca”, é uma conferência de imprensa onde, com o auxílio de efeitos multimédia e de bancos de imagem, os jornalistas presentes são presenteados com a revelação de um novo logótipo. Pois que, normalmente, esta malta julga que tudo o quem tem logótipo é uma marca. Mais adiantados das ideias estão aqueles que ousam para além do querer ter uma marca com um logótipo reluzente e se atrevem a escolher um novo nome. Um nome que seja tão eloquente como o novo logótipo e consiga confundir ainda mais quem tem de lidar com a instituição. Mais grave, só mesmo o disparate de aproveitar a onda de pós-modernidade e gastar uns quantos milhões de euros a anunciar o novo nome e o novo logótipo. Isto claro sem nunca chegar a dizer nem quem são os senhores por detrás da marca, muito menos para o que servem.

(saber mais em "vende-se Portugal")